Em
tempos que já lá vão, já existia
Um carrasco, de figura
odiosa
A quem crime cometia,
enforcava
Se era grave, o pescoço
ele cortava
Silhueta de fantasma, tenebrosa
Mas esses tempos mudaram
e o monstro
Durante centenas de anos não voltou
Do carrasco ninguém
mais ouviu falar
Até que em certa festa,
num jantar
A lembrança de um
“carrasco” regressou
Nesse lauto jantar da
Academia
Dois Compadres em
discussão acesa
De carteiras abertas,
discutiam
Que queriam pagar, eles
insistiam
Que era deles toda aquela
despesa
Para que houvesse Paz,
logo um “Juiz”
Para os dois, a sentença
ali ditava
Um “carrasco” ali
mesmo nomeou
Que, a ambos, igual
despesa cobrou
E a Academia…embolsou o
que sobrava!
A partir desse jantar foi
decidido
Que, haver um Carrasco,
era preciso
Para cobrar a quem mal se
portasse
Ou as normas e regras
ignorasse,
E assim…contribuir…com um
sorriso!
Por isso, Compadre,
comparece
E dá, a direita, ao
Convidado
Traz a insígnia da
nossa Academia
E pensa que és Compadre
de valia
No dia em que, também,
fores multado!
Cascais, Maio de 2001
João Rosa Pinto
(Compadre)
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